O Brasil e Sua Verdadeira Origem
A história de uma nação não é um amontoado de datas e eventos soltos, como querem os burocratas da historiografia oficial. É a trama viva de um destino que se desenrola ao longo dos séculos, guiado por forças que vão muito além do econômico e do político. No caso do Brasil, compreender sua origem sem olhar para Portugal é como tentar entender um filho sem conhecer o pai.
Portugal não nasceu de tratados diplomáticos ou de conchavos palacianos, mas da fé, do sangue e da coragem. A Península Ibérica foi, por séculos, um campo de batalha onde se enfrentaram dois mundos: a cristandade europeia e a civilização muçulmana. Quando os muçulmanos invadiram a Península em 711 d.C., o que estava em jogo não era apenas um território, mas a alma de um povo. A Reconquista, que se estendeu por quase 800 anos, foi mais do que uma guerra de resistência, foi a afirmação de uma identidade espiritual que se recusava a ser apagada.
Foi nesse contexto que Portugal emergiu. Em 1139, Afonso Henriques, um guerreiro indomável, liderou suas tropas contra um exército muçulmano numericamente superior na Batalha de Ourique. A história conta que, na véspera da batalha, Cristo apareceu ao jovem comandante e lhe revelou a missão de Portugal: um reino forjado para levar a Palavra de Deus aos confins do mundo. Esse episódio não é um simples detalhe folclórico, mas a pedra angular da identidade portuguesa. Portugal não se via como um mero Estado nascente, mas como um instrumento da Providência.
E assim foi. Quando a Reconquista chegou ao fim, os portugueses não cruzaram os braços para desfrutar de um território pacificado. Pegaram seus navios e lançaram-se ao oceano, desbravando terras desconhecidas com um objetivo claro, expandir a civilização cristã. E foi essa mentalidade que os trouxe até aqui.
Os doutores da história “científica” dirão que as Grandes Navegações foram motivadas pelo comércio e pela sede de riquezas. Besteira. Se fosse só por ouro e especiarias, nenhum homem embarcaria rumo ao desconhecido sabendo que tinha 90% de chance de nunca mais voltar. O que movia os navegadores portugueses não era a ganância, mas a certeza de que estavam cumprindo algo maior do que suas próprias vidas.
Quando Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil, a primeira coisa que fez não foi plantar uma bandeira nem proclamar posse em nome de algum rei. Ele ergueu uma cruz. Esse gesto simbolizava que o Brasil não nascia como uma colônia qualquer, mas como parte de uma missão que vinha desde Ourique. O Brasil, desde o primeiro instante, foi concebido sob a sombra da cruz, e qualquer tentativa de entender nossa história sem levar isso em conta é puro embuste ideológico.
Pedro Vaz de Caminha, o escrivão da frota, registrou o assombro diante da vastidão da nova terra, mas também a convicção de que ali havia um campo fértil para a fé cristã. Sua missão não terminou ali. Ele seguiu para a Índia, onde encontrou a morte lutando contra os muçulmanos. Caminha não buscava glória pessoal, nem riquezas. Era um homem que entendia que sua vida pertencia a algo maior do que ele próprio.
Mas eis que chega o século XXI, e o brasileiro médio sequer sabe quem foram seus antepassados. Nossa história foi sequestrada por intelectuais de segunda categoria, que tentam nos convencer de que tudo o que herdamos de Portugal foi opressão, colonialismo e exploração. São os mesmos que pregam o esquecimento das raízes cristãs da nação, como se o Brasil tivesse sido fundado por mercadores flamengos ou revolucionários jacobinos.
A verdade, por mais inconveniente que seja para os burocratas da cultura, é que o Brasil só existe porque foi gerado dentro da civilização cristã. Seu povo carrega no sangue a coragem dos navegadores que enfrentaram o desconhecido e a fé dos missionários que entregaram suas vidas para plantar a cruz nesta terra.
Recuperar nossa história não é um capricho intelectual, mas uma necessidade vital. Um povo que esquece suas origens é como um homem sem memória, vaga sem rumo, sem propósito, fácil de ser manipulado por qualquer vigarista com um discurso bonito.
Nosso tempo tem seus próprios desafios, tão grandes quanto aqueles enfrentados por nossos antepassados. O que nos falta não são recursos, terras ou riquezas, temos tudo isso em abundância. O que nos falta é o espírito que movia aqueles que vieram antes de nós. A disposição de olhar para o horizonte com a mesma coragem com que os portugueses olharam para o mar. A certeza de que não somos um acidente da história, mas herdeiros de uma missão que ainda não terminou.
José Rodolfo G. H. Almeida é escritor e editor do site www.conectados.site
Apoie o Site
Se encontrou valor neste artigo, considere apoiar o site. Optamos por não exibir anúncios para preservar sua experiência de leitura. Agradecemos sinceramente por fazer parte do suporte independente que torna isso possível!
Entre em Contato
Para dúvidas, sugestões ou parcerias, envie um e-mail para contato@conectados.site
______________________
Brazil and Its True Origin
The history of a nation is not a collection of dates and events, as the bureaucrats of official historiography would have it. It is the living plot of a destiny that unfolds over the centuries, guided by forces that go far beyond the economic and political. In the case of Brazil, understanding its origins without looking at Portugal is like trying to understand a son without knowing his father.
Portugal was not born from diplomatic treaties or palace collusion, but from faith, blood and courage. For centuries, the Iberian Peninsula was a battlefield where two worlds clashed: European Christianity and Muslim civilization. When the Muslims invaded the Peninsula in 711 AD, what was at stake was not just a territory, but the soul of a people. The Reconquista, which lasted almost 800 years, was more than a war of resistance; it was the affirmation of a spiritual identity that refused to be erased.
It was in this context that Portugal emerged. In 1139, Afonso Henriques, an indomitable warrior, led his troops against a numerically superior Muslim army in the Battle of Ourique. The story goes that, on the eve of the battle, Christ appeared to the young commander and revealed to him Portugal's mission: a kingdom forged to take the Word of God to the ends of the earth. This episode is not a simple folkloric detail, but the cornerstone of Portuguese identity. Portugal did not see itself as a mere nascent state, but as an instrument of Providence.
And so it was. When the Reconquista came to an end, the Portuguese did not sit back and enjoy a pacified territory. They took their ships and set out on the ocean, exploring unknown lands with a clear objective: to expand Christian civilization. And it was this mentality that brought them this far.
The experts in “scientific” history will say that the Great Voyages were motivated by trade and the thirst for wealth. Nonsense. If it were just for gold and spices, no man would set sail for the unknown knowing that he had a 90% chance of never returning. What drove the Portuguese navigators was not greed, but the certainty that they were accomplishing something greater than their own lives.
When Pedro Álvares Cabral arrived in Brazil, the first thing he did was not plant a flag or proclaim possession in the name of some king. He raised a cross. This gesture symbolized that Brazil was not born as just any colony, but as part of a mission that had been going on since Ourique. Brazil, from the very beginning, was conceived under the shadow of the cross, and any attempt to understand our history without taking this into account is pure ideological deception.
Pedro Vaz de Caminha, the fleet clerk, recorded his amazement at the vastness of the new land, but also his conviction that there was fertile ground for the Christian faith there. His mission did not end there. He continued on to India, where he met his death fighting the Muslims. Caminha did not seek personal glory or riches. He was a man who understood that his life belonged to something greater than himself.
But now the 21st century has arrived, and the average Brazilian does not even know who his ancestors were. Our history has been hijacked by second-rate intellectuals who try to convince us that all we inherited from Portugal was oppression, colonialism and exploitation. They are the same ones who preach forgetting the Christian roots of the nation, as if Brazil had been founded by Flemish merchants or Jacobin revolutionaries.
The truth, however inconvenient it may be for cultural bureaucrats, is that Brazil only exists because it was created within Christian civilization. Its people carry in their blood the courage of the navigators who faced the unknown and the faith of the missionaries who gave their lives to plant the cross on this land.
Recovering our history is not an intellectual whim, but a vital necessity. A people who forget their origins are like a man without memory, wandering aimlessly, without purpose, easy to be manipulated by any con man with a pretty speech.
Our time has its own challenges, as great as those faced by our ancestors. What we lack are not resources, land or wealth; we have all of these in abundance. What we lack is the spirit that moved those who came before us. The willingness to look to the horizon with the same courage with which the Portuguese looked to the sea. The certainty that we are not an accident of history, but heirs to a mission that is not yet finished.
José Rodolfo G. H. Almeida is a writer and editor of the website www.conectados.site
Support the website
If you found value in this article, please consider supporting the site. We have chosen not to display ads to preserve your reading experience. We sincerely thank you for being part of the independent support that makes this possible!
Get in Touch
For questions, suggestions or partnerships, send an email to contato@conectados.site
Comentários
Postar um comentário
Ficamos felizes em saber que nosso artigo despertou seu interesse. Continue acompanhando o nosso blog para mais conteúdos relevantes!