Professora Pinoquinha
A professora Pinoquinha era uma figura conhecida na pequena cidade de Eldorado. Seu nome verdadeiro, Teresa, fora há muito esquecido, substituído pelo apelido que os alunos e colegas lhe deram em alusão ao famoso personagem de madeira que nunca dizia a verdade. Ela se destacava não pelo rigor acadêmico ou pela paixão por ensinar, mas pela habilidade em manipular narrativas e doutrinar seus alunos e seguidores de WhatsApp com ideologias que ela mesma não compreendia.
Ela não tinha princípios morais sólidos. Seus discursos eram repletos de frases prontas sobre justiça social, liberdade e emancipação, mas no fundo, sua única lealdade era ao movimento político que, ironicamente, ela própria mal sabia definir. Seus dias eram uma repetição de mentiras e cinismo, enquanto ela pregava a liberdade de pensamento, mas condenava qualquer opinião divergente.
Essa fachada começou a ruir em um dia comum de primavera. Durante uma aula sobre justiça social, um aluno, Pedro, levantou a mão e fez uma pergunta simples. A pergunta ficou ecoando na mente de Pinoquinha, desestabilizando sua segurança falsa.
Nos dias que se seguiram, ela tentou ignorar o incômodo crescente. Continuou a enviar mensagens inflamadas nos grupos de WhatsApp, criticando qualquer um que ousasse questionar o movimento. Contudo, a semente da dúvida já havia sido plantada.
Uma noite, sozinha em seu apartamento, Pinoquinha começou a refletir sobre sua vida. As mentiras que contava diariamente começaram a se acumular em sua consciência. Ela percebeu que sua vida era vazia, preenchida apenas por discursos vazios e uma lealdade cega a uma causa que ela não compreendia. Os mecanismos psicológicos de autoengano que ela usara por tanto tempo não conseguiam mais amortecer a verdade objetiva.
A insatisfação começou a tomar conta dela. O cinismo que antes a protegia, agora a corroía.
Ela se lembrou de suas primeiras aulas, quando ainda tinha um brilho nos olhos e uma verdadeira vontade de ensinar e inspirar. Sentiu vergonha de quem havia se tornado.
A pergunta de Pedro ecoava em sua mente. Pinoquinha começou a perceber que seu compromisso não era com a verdade ou com a justiça, mas com a manutenção de uma narrativa que justificava qualquer meio para um fim idealizado.
Ela começou a ler mais sobre as ideologias que pregava, tentando entender suas bases e justificativas. Quanto mais lia, mais percebia as contradições e os sacrifícios humanos que eram justificados em nome de um bem maior. Sua perspectiva começou a mudar, e pela primeira vez em anos, ela sentiu a necessidade de buscar a verdade objetiva.
Decidiu que precisava ser honesta consigo mesma e com os outros.
Em uma aula, confessou aos seus alunos: "Eu estive errada. Meus discursos eram vazios e cheios de cinismo."
Essa confissão foi o início de uma transformação. Ela deixou de lado o apelido de Pinoquinha e retomou seu nome verdadeiro, Teresa. Com muito esforço, começou a reconstruir sua vida, buscando viver de acordo com princípios morais sólidos e comprometida com a verdade.
Teresa aprendeu que a verdadeira mudança começa internamente, e que só através da honestidade e da busca sincera pela verdade é possível encontrar paz e compreensão. Ela se tornou um exemplo de transformação, mostrando que mesmo aqueles que se perdem nas mentiras podem encontrar o caminho de volta à verdade.
Capitalismo, você realmente sabe o que é?
José Rodolfo G. H. Almeida é escritor e editor do site www.conectados.site
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Professor Pinoquinha
Professor Pinoquinha was a well-known figure in the small town of Eldorado. Her real name, Teresa, had long been forgotten, replaced by the nickname that her students and colleagues gave her in reference to the famous wooden character who never told the truth. She stood out not for her academic rigor or her passion for teaching, but for her ability to manipulate narratives and indoctrinate her students and WhatsApp followers with ideologies that she herself did not understand.
She had no solid moral principles. Her speeches were full of ready-made phrases about social justice, freedom and emancipation, but deep down, her only loyalty was to the political movement that, ironically, she herself barely knew how to define. Her days were a repetition of lies and cynicism, as she preached freedom of thought but condemned any dissenting opinion.
This facade began to crumble on an ordinary spring day. During a class on social justice, a student, Pedro, raised his hand and asked a simple question. The question kept echoing in Pinoquinha's mind, destabilizing her false security.
In the days that followed, she tried to ignore the growing discomfort. She continued to send inflammatory messages in WhatsApp groups, criticizing anyone who dared to question the movement. However, the seed of doubt had already been planted.
One night, alone in her apartment, Pinoquinha began to reflect on her life. The lies she told daily began to accumulate in her consciousness. She realized that her life was empty, filled only with empty speeches and blind loyalty to a cause she did not understand. The psychological mechanisms of self-deception that she had used for so long could no longer dampen the objective truth.
Dissatisfaction began to take over her. The cynicism that once protected her now corroded her. She remembered her first classes, when she still had a sparkle in her eyes and a true desire to teach and inspire. She felt ashamed of who she had become.
Pedro's question echoed in her mind. Pinoquinha began to realize that her commitment was not to truth or justice, but to maintaining a narrative that justified any means to an idealized end.
She began to read more about the ideologies she preached, trying to understand their bases and justifications. The more she read, the more she realized the contradictions and human sacrifices that were justified in the name of a greater good. Her perspective began to change, and for the first time in years, she felt the need to seek objective truth.
She decided she needed to be honest with herself and others. In one class, she confessed to her students: "I was wrong. My speeches were empty and full of cynicism."
This confession was the beginning of a transformation. She dropped the nickname Pinoquinha and resumed her real name, Teresa. With a lot of effort, she began to rebuild her life, seeking to live according to solid moral principles and committed to the truth.
Teresa learned that true change begins internally, and that only through honesty and a sincere search for truth is it possible to find peace and understanding. She became an example of transformation, showing that even those lost in lies can find their way back to the truth.
Capitalism, do you really know what it is?
José Rodolfo G. H. Almeida is a writer and editor of the website www.conectados.site
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