Fronteiras Morais – O Enfrentamento do Intolerável

 

Intolerância


O relativismo moral, com sua premissa de que não existem verdades absolutas, nos conduz a um paradoxo ético, a tolerância total. A aceitação indiscriminada de todas as práticas e perspectivas, inclusive daquilo que é considerado intolerável, desafiando os alicerces de nossos sistemas morais. Se tudo é válido, como podemos distinguir o justo do injusto, o certo do errado?

Essa abordagem que aparenta ser libertadora, nos obriga a confrontar um dilema, até onde podemos estender nossa tolerância sem comprometer valores fundamentais? A necessidade de traçar limites éticos é inevitável, pois a convivência humana requer consensos mínimos sobre o que é aceitável. Ao estabelecer tais limites, somos rapidamente acusados de intolerância, como se o simples ato de rejeitar o intolerável fosse, por si só, um desvio ético.

O relativismo moral coloca a coerência em xeque. Ele pressiona a sociedade a aceitar tudo, como se qualquer forma de crítica ou discordância fosse uma violação, entrando em conflito com a dura realidade de atos abomináveis.

A verdade se dilui em uma abstração sem peso, a mentira se converte em uma ilusão trivial, tornando-se apenas uma alternativa, as falsas promessas não existem, e as promessas transformam-se em meras probabilidades improváveis.

Como podemos justificar a rejeição de práticas que são abomináveis? O relativismo moral acaba por corroer a integridade dos princípios, tornando-os flexíveis a ponto de não resistirem às pressões do oportunismo.

O enfrentamento do intolerável não é apenas uma questão de opinião, mas uma necessidade. Estabelecer limites não é um ato de opressão, mas de responsabilidade. A verdadeira liberdade não está na aceitação de tudo, mas na coragem de dizer "não".


José Rodolfo G. H. Almeida é escritor e editor do site www.conectados.site

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Moral Frontiers – Confronting the Intolerable


Moral relativism, with its premise that there are no absolute truths, leads us to an ethical paradox: total tolerance. The indiscriminate acceptance of all practices and perspectives, including that which is considered intolerable, challenges the foundations of our moral systems. If everything is valid, how can we distinguish between what is fair and unfair, right and wrong?

This approach, which appears to be liberating, forces us to confront a dilemma: how far can we extend our tolerance without compromising fundamental values? The need to draw ethical limits is inevitable, since human coexistence requires a minimum consensus on what is acceptable. When establishing such limits, we are quickly accused of intolerance, as if the simple act of rejecting the intolerable were, in itself, an ethical deviation.

Moral relativism calls coherence into question. It pressures society to accept everything, as if any form of criticism or disagreement were a violation, coming into conflict with the harsh reality of abominable acts.

Truth is diluted into a weightless abstraction, lies become a trivial illusion, becoming merely an alternative, false promises do not exist, and promises become mere improbable probabilities.

How can we justify rejecting practices that are abominable? Moral relativism ends up eroding the integrity of principles, making them flexible to the point that they cannot withstand the pressures of opportunism.

Facing the intolerable is not just a matter of opinion, but a necessity. Setting limits is not an act of oppression, but of responsibility. True freedom does not lie in accepting everything, but in the courage to say "no."


José Rodolfo G. H. Almeida is a writer and editor of the website www.conectados.site

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