Unidade 731 – O Estado como Máquina de Morte

A história tem suas lições, mas poucos as aprendem, e muitos fazem questão de esquecê-las. Uma delas é a seguinte: quando o Estado se arroga o direito de decidir quem vive e quem morre, o resultado inevitável é uma orgia de atrocidades. Entre os exemplos mais eloquentes dessa verdade está a Unidade 731 do Japão imperial. Enquanto o regime exibia o rosto de Hirohito em medalhas e enchia os pulmões com discursos sobre "honra", nos bastidores operava uma fábrica de horror cujo requinte sádico faz corar qualquer ficcionista de distopias. Sob o comando do "médico" Shiro Ishii, aspas necessárias, o Estado japonês não apenas tolerava a barbárie, mas a institucionalizava, promovendo seus agentes de carnificina em vez de arrastá-los para a forca. O catálogo de horrores da Unidade 731 não se limitava a pequenos excessos militares. O que ali se praticava era uma teologia da destruição, um culto à experimentação mortífera travestido de ciência. Homens, mulheres e crianças er...