A Política dos Canalhas

A política, desligada da virtude, não é política, é encenação. Uma encenação farsesca, onde cada personagem acredita estar desempenhando o papel de estadista, mas não passa de bufão em palco carcomido. Um povo pode exibir constituições vistosas, economistas laureados e generais com a farda engomada. Pode multiplicar leis como coelhos, construir tribunais monumentais e proclamar solenemente direitos humanos em conferências internacionais. Nada disso o salva, se a alma coletiva se divorcia da virtude. Nesse caso, as instituições se tornam apenas adereços funerários, ornamentos num cadáver ainda quente. É o que Tácito já percebia em Roma, quanto mais leis, mais corrupção. Não porque a lei seja inútil, mas porque sem homens virtuosos a lei é apenas papel morto, sem carne, sem sangue, sem vida. E não se engane, quando o Estado multiplica leis, não multiplica direitos, mas sim obrigações. E as leis que transformam favores em “direitos adquiridos”, essa indústria populista da generosidad...